Instalação de armadilha fotográfica em campo limpo - Juliana Bragança/Funatura

O projeto GEF Áreas Privadas – Concretizando o potencial de conservação da biodiversidade em áreas privadas no Brasil acaba de iniciar a segunda fase de monitoramento de fauna na Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, em Goiás. Esta nova etapa amplia o trabalho realizado entre 2022 e 2024, quando foram identificadas 31 espécies de mamíferos de médio e grande porte na região. 

Na primeira fase, o projeto registrou 11 espécies-alvo consideradas prioritárias para conservação, incluindo lobo-guará, tamanduá-bandeira, veado-campeiro, anta e onça-pintada, o que reforça a importância da região para a conservação da fauna do Cerrado. 

Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), espécie-alvo capturada por armadilha fotográfica – Funatura

Em maio, a equipe de técnicos da Fundação Pró-Natureza (Funatura) começou a instalação de armadilhas fotográficas em três propriedades que combinam áreas produtivas com vegetação nativa preservada. Além de mamíferos, o monitoramento foi ampliado para incluir aves, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados aquáticos, com coletas previstas nos períodos de seca e chuva até 2026. 

“Esta nova fase representa um avanço significativo no conhecimento da biodiversidade local e sua relação com a atividade humana. Ao expandir nosso trabalho para outros grupos da fauna e incluir mais propriedades parceiras, conseguiremos uma visão mais completa dos ecossistemas da região e poderemos implementar estratégias de conservação mais eficazes”, afirma Jader Marinho Filho, coordenador do projeto na Funatura, organização coexecutora do GEF Áreas Privadas na APA de Pouso Alto nos eixos de Monitoramento, Extrativismo, Ecoturismo e Gestão Territorial. 

Armadilha fotográfica registra atividade noturna de onça-parda (Puma concolor) – Funatura

A implementação do projeto pela Funatura também intensifica ações de educação ambiental junto às comunidades locais, com eventos e ações informativas, a fim de fortalecer a rede de parceiros e promover maior conscientização sobre a importância da conservação da biodiversidade. As ações visam o desenvolvimento de estratégias de gestão ambiental mais eficientes e sustentáveis na APA de Pouso Alto, conciliando produção rural e turismo com proteção do Cerrado. 

Onça-pintada (Panthera onca) é avistada graças à armadilha fotográfica na APA de Pouso Alto (GO) – Funatura

O projeto GEF Áreas Privadas – Concretizando o potencial de conservação da biodiversidade em áreas privadas no Brasil é financiado pelo Global Environment Facility (GEF) e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Sua gestão financeira é realizada pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), sob a coordenação técnica do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Os principais objetivos são ampliar o manejo sustentável da paisagem, contribuir para a conservação da biodiversidade e fortalecer a provisão de serviços ecossistêmicos em áreas privadas no Brasil.