Projeto GEF Áreas Privadas apoia plantio de 10 hectares em área que virou RPPN durante a COP30
Associação Mico-Leão-Dourado concluiu o plantio de 17 mil mudas nativas da Mata Atlântica ainda no mês de novembro na RPPN Parque do Mico II, em Silva Jardim.

O Projeto GEF Áreas Privadas está apoiando a Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) em frentes estratégicas voltadas à conservação ambiental na APA da Bacia do Rio São João, na Mata Atlântica. Uma das ações foi o plantio de 17 mil mudas nativas da Mata Atlântica na Fazenda Perdida, finalizado em novembro. No mesmo mês, durante a COP30, a área foi transformada numa Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a RPPN Parque do Mico II.
A oficialização ocorreu no dia 12 de novembro, na semana da COP30, quando o título foi concedido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea/RJ). Agora, estão protegidos cerca de 70 hectares de uma área estratégica para a conectividade ecológica no habitat do mico-leão-dourado. A área plantada com o apoio do Projeto GEF Áreas Privadas equivale a 10 hectares, que serão protegidos para sempre.
O GEF Áreas Privadas está alinhado com implementação de diversas políticas públicas como o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), revisado e atualizado com ampla participação social, ele orienta e organiza a ação governamental e multissetorial para viabilizar a meta brasileira de restaurar 12 milhões de hectares até 2030, compromisso assumido no âmbito do Acordo de Paris.

Na região do Mico-Leão-Dourado, o projeto trabalha com conexão de paisagem e desenvolvimento rural sustentável em propriedades privadas. Apoiando ações transversais e estruturantes para reequilíbrio dos ecossistemas.
“O projeto está apoiando a AMLD no esforço de valorizar e incentivar a conservação em áreas privadas. As RPPNs têm um papel muito importante nesse processo. O projeto pretende não apenas auxiliar os proprietários na criação de novas áreas protegidas, como também auxiliar na geração de renda com a biodiversidade, seja no desenvolvimento de produtos e serviços associados ao ecoturismo, seja na valorização de mecanismos de pagamentos por serviços ambientais”, destacou Luis Paulo Ferraz, secretário executivo da Associação Mico-Leão-Dourado.
Ainda durante a COP 30, também foi lançada a RPPN Corredor Jennifer Mickelberg, que foi reconhecida no dia 13 de novembro pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio da Portaria Nº 5.048, publicada nesta sexta-feira (14) no Diário Oficial da União.
As duas reservas são geridas pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), que há mais de três décadas atua na proteção da fauna e flora locais. A certificação da RPPN Corredor Jennifer Mickelberg foi entregue em mãos ao secretário executivo da AMLD, Luis Paulo Ferraz, na Casa da Mata Atlântica, em Belém.
RPPN Parque do Mico II
A RPPN Parque do Mico II fica na Fazenda Perdida, em Silva Jardim (RJ). A área é estratégica para a conectividade ecológica entre fragmentos de Mata Atlântica e contribui diretamente para a conservação do mico-leão-dourado, espécie símbolo da biodiversidade brasileira e que é ameaçada de extinção. Essa área fica ao lado da primeira RPPN administrada pela AMLD, a RPPN Parque do Mico, concedida em 20 de setembro de 2024 por meio de portaria do ICMBio.
Com essas duas novas reservas, Silva Jardim passa a contar com três RPPNs sob gestão da AMLD, duas federais e uma estadual, consolidando-se como um território-chave para a proteção da Mata Atlântica e para a sobrevivência do mico-leão-dourado em liberdade.

O Projeto GEF Áreas Privadas também apoia o monitoramento do mico-leão-dourado e a atuação junto às comunidades no território. Ele é coordenado tecnicamente pelo Ministério do Meio Ambiente e do Clima, financiado pelo Global Environment Facility (GEF) e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Sua gestão financeira é realizada pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS). Os principais objetivos são contribuir para a conservação da biodiversidade, fortalecer a provisão de serviços ecossistêmicos e ampliar o manejo sustentável da paisagem em áreas privadas no Brasil.
Texto: Ariane Marques